27 de dezembro de 2010

Justiça Própria (Parte 1)

Há algum tempo ouvi uma frase interessante: "Nós não entendemos a graça salvadora de Deus até que percebemos como nós precisamos dela."

Paradoxalmente, quanto mais nossa sociedade torna-se corrompida e a criminalidade aumenta, mais somos ensinados de que estamos evoluindo para uma sociedade melhor e que somos bons por natureza. Somos doutrinados a pensar de forma relativista, sem padrões morais externos e absolutos, onde cada um decide o que é certo e o que é errado. Assim não somos obrigados a prestar contas a ninguém, somos deuses, criando cada um a sua própria realidade.

Porém, não é necessário ser um gênio para perceber que, apesar das diferenças culturais, existe sim algo que rege universalmente a humanidade. Sem aprofundar mais no assunto, todos concordam que matar é um crime. Roubar e mentir, ainda que alguns se justifiquem, são universalmente punidos em todos os lugares.

Além da consciência que nos acusa quando fazemos algo errado, temos a lei civil. Quantas vezes quebramos a lei, mesmo sem saber? Impossível contar. Entretanto, a própria lei dos homens diz que não podemos nos defender dizendo que não conhecemos ela. É obrigação de todo cidadão conhecer a lei.

Bem, o mesmo acontece com a lei de Deus. Ninguém tem a desculpa de dizer que não a conhece. Podemos até dizer que não a entendemos, não temos certeza sobre algumas coisas, mas qual é realmente o esforço que fazemos?

Muitas vezes dizemos que somos pessoas boas, pelo menos nas intenções, mas na verdade fazemos isso segundo nossos padrões, sem reflexão.
Sinceramente, pergunte a si mesmo: porque você acha que Deus julgaria você em comparação com pessoas piores?

Mas eu preciso informar: Deus julga as pessoas conforme os padrões Dele.

Basicamente, você teria que se comparar a Jesus em cada atitude de sua vida, afinal ele foi o único quem cumpriu todas as exigências de Deus para uma vida correta.

Mas apenas como exemplo, vamos baixar um pouco o nível. Suponha que Deus exigisse apenas que você guardasse alguns mandamentos.
  • Você nunca matou ninguém, afinal, não é? Mas Jesus disse que quando ficamos com muita raiva de alguém, já matamos a pessoa no coração.
  • Jesus também disse que quando olhamos alguém que não é nosso esposo/esposa com intenção maliciosa, já somos adúlteros.
  • Quem nunca pegou algo que não lhe pertence, por menor que seja? Quando você era criança, nunca pegou nada sem permissão, sabendo que era errado?
  • Quem nunca mentiu, ainda que por "necessidade", ou fofocou sobre alguém sem ter sido realmente testemunha ocular?
  • E quanto a usar o nome de Deus em vão, incluindo alguns palavrões?
"Porque é do coração que vêm os maus pensamentos, os crimes de morte, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, as mentiras e as calúnias."
(Mateus 15:19)

Bem, baseado nesse pequeno padrão ridiculamente simples, responda a si mesmo: se Deus julgasse você hoje, qual sentença você merece? Culpado ou inocente?

Há algum tempo, um casal jogou sua filha pela janela de um apartamento, matando-a. A população queria linchá-los. A justiça tinha que ser feita.
Agora, o que você acharia se o juiz tivesse dito aos criminosos: "eu acho que vocês não são tão maus como outros que eu já vi... podem ir embora"?

Então pense: se você acha que pecou pouco e que Deus daria um jeitinho de esquecer o que você fez, você está pensando que ele é um juiz injusto!

Muitas vezes fazemos o mal de forma involuntária, mas considere quantas vezes você o fez de forma voluntária e consciente! Em algum momento, talvez de raiva, você desejou e fez o que sabia ser errado?

Vamos ainda supor algumas estatísticas. Se uma pessoa comum pecasse, digamos, apenas cinco vezes por dia, contando uma mentirinha, não perdoando alguém que errou contra ela, ficando com raiva ou amargura de um amigo/parente/cônjuge, omitindo algum fato, olhando com luxúria para outra pessoa, cobiçando bens alheios, xingando alguém, ou seja, coisas do dia-a-dia.
Após um ano, os "pecadinhos" somariam a 1825. Como uma expectativa de vida de 70 anos, uma pessoa assim pecaria 127750 na vida.

Mesmo que praticando boas ações conseguíssemos de alguma forma compensar isso, será que praticamos o suficiente para alcançar algo perto desse número? Como podemos nos sentir justificados quando damos um prato de comida para uma pessoa carente no natal e trabalhamos ambiciosamente para nossos interesses egoístas o ano todo?

Assim fica mais claro quando lemos na Bíblia que às vezes os pecados se "acumulam até o céu"!

Por fim, vamos supor ainda que Deus existe e que Ele decide o que fazer com uma pessoa que venha a morrer, definindo segundo seu próprio critério se ela vai para o céu ou para o inferno.
A Bíblia diz que cada um deve julgar a si mesmo e que, se a consciência nos acusa, Deus é maior que a consciência!
Então olhe para si mesmo, avalie-se! O que você merece?

Se respondeu o inferno, talvez esteja se perguntado se um Deus que dizem ser AMOR mas que é JUSTO daria alguma chance para alguém tão pecador assim. Talvez já tenha a resposta, só pode não ter percebido antes...

"Jesus ouviu a pergunta e disse aos mestres da Lei: — Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons." (Marcos 2:17)

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