30 de dezembro de 2010

Justiça Própria (Parte 3)

— Não escutem o que os profetas dizem, pois eles estão iludindo vocês com falsas esperanças. Dizem coisas que eles mesmos inventam e não aquilo que eu falei.
Eles continuam dizendo aos que desprezam a minha mensagem: “Tudo irá bem.” E dizem aos teimosos: “A desgraça não cairá sobre vocês.”
Então eu disse: — Qual desses profetas algum dia conheceu os pensamentos secretos do SENHOR? Será que algum deles viu e ouviu a palavra do SENHOR? Qual deles deu atenção à sua mensagem e obedeceu?
E continuei: — A ira do SENHOR é uma tempestade, é um vento forte como um redemoinho, em cima da cabeça dos maus. (Trechos de Jeremias 23)

Nos momentos em que desejamos fazer algo de errado temos uma grande inclinação para procurar alguém para "justificar" nossas atitudes. Principalmente quando somos controlados pela natureza carnal que herdamos por causa do pecado.

O Novo Testamente fala sobre "comichão" nos ouvidos, ou seja, pessoas que irão a procura de "mestres" que lhes digam o que querem ouvir.

Hoje existem inúmeros "profetas" por aí, falando como se fossem mensageiros de Deus, prontos a dizer o que você quer ouvir. Obviamente isso não vêm de graça, pois a religião (mais uma vez na história humana) está cada dia mais associada com o dinheiro. Assim como a Igreja Católica Romana vendia perdão de pecados na idade média, os "protestantes" estão vendendo de rosa e sal grosso até óleo ungida e lenço com o suor de um "pastor" .

Mas temos uma escolha. Podemos nos tornar justos aos nossos próprios olhos atentando para os expoentes religiosos (ou não-religiosos) que "coçam os nossos ouvidos" ou então nos firmar no Deus Verdadeiro, o qual não muda, e nos moldar à sua imagem.

A Bíblia já adverte:

“Esse povo ora a mim com a boca e me louva com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A religião que eles praticam não passa de doutrinas e ensinamentos humanos que eles só sabem repetir de cor.
Por isso, mais uma vez vou deixar esse povo espantado com as coisas estranhas e terríveis que farei no meio dele. Com toda a sua sabedoria, os seus sábios não poderão explicá-las, e o conhecimento dos que são instruídos não adiantará nada.” (Isaías 29:13-14)

E mais:

Se alguém ensina alguma doutrina diferente e não concorda com as verdadeiras palavras do nosso Senhor Jesus Cristo e com os ensinamentos da nossa religião,
essa pessoa está cheia de orgulho e não sabe nada. Discutir e brigar a respeito de palavras é como uma doença nessas pessoas. E daí vêm invejas, brigas, insultos, desconfianças maldosas
e discussões sem fim, como costumam fazer as pessoas que perderam o juízo e não têm mais a verdade. Essa gente pensa que a religião é um meio de enriquecer. (1 Timóteo 6:3-5)

Portanto, lutemos para estarmos em conformidade com Deus e não tentarmos adaptá-Lo à nossos pensamentos ou desejos carnais.

29 de dezembro de 2010

Justiça Própria (Parte 2)

Um dos principais argumentos ateístas da não existência de Deus é o sofrimento que há no mundo.
O mais estranho é que eles não consideram que a maior parte do sofrimento é causado pelo próprio homem, principalmente pela sua ganância.

Quando nós somos alvos de dificuldades, sofrimentos e constrangimentos, tendemos sempre a questionar o motivo pelo qual passamos por tudo aquilo.
Alguns colocam a culpa em Deus, outros no Diabo, mas acabam achando-se sempre injustiçados.

Embora o Diabo seja causa de muitos males (tendo Jó com exemplo), ele acaba por ser apenas um instrumento nas mãos de Deus.
Sim, Deus consegue usar até o mal para os seus propósitos! Sabe aquele ditado de que Deus escreve certo por linhas tortas? É mais ou menos assim.

Por exemplo, o Diabo enganou Adão e Eva e conseguiu introduzir o pecado no mundo. Iniciou-se então o sofrimento e a morte para o ser humano. Mas o Filho de Deus sofreu o castigo em nosso lugar. Embora nosso corpo possa perecer, os que estiverem com Ele serão elevados a níveis maiores do que os anjos. Deus é glorificado não apenas como criador, mas como salvador e o homem é exaltado a uma posição maior do que quando foi criado, pois somos herdeiros com Cristo!

Lendo o último capítulo de Jó, temos uma ilustração de como vale a pena encarar as dificuldades e aprender de Deus! Não apenas pelas recompensas materiais. Pense comigo, o que pode ser mais gratificante do que ter o Rei do Universo, o Todo Poderoso, o Criador dos Céus e da Terra andando ao seu lado no meio das lutas? Conhecê-lo pessoalmente e não apenas de ouvir falar?

Se Ele faz isso no "plano global", também o faz na vida de cada ser humano. Mas para isso acontecer é preciso entrar na "guerra" e não fugir dela através de subterfúgios humanos.

"Eu a ataquei como se você fosse um inimigo... eu a castiguei assim porque os seus pecados são muitos, e a sua maldade é grande.
Mas agora todos os que a destruíram serão destruídos... Eu trarei os descendentes de Jacó de volta para a sua terra e terei misericórdia de cada família...
As pessoas que vivem ali cantarão louvores e darão gritos de alegria. Farei com que cresçam em número e sejam tratadas com respeito." (Trechos de Jeremias 30)

Talvez o trecho acima, onde Deus fala através de Jeremias à nação de Israel, pareça estranho à primeira vista.
Quando lemos o Antigo Testamento temos, algumas vezes, a impressão de um Deus sem misericórdia que sempre está castigando as pessoas.
Devido aos nossos métodos modernos de ensino "positivo" nós não conseguimos entender a disciplina que Deus usa para com o homem.
Sim, Deus castiga, mas este castigo sempre vem acompanhado de misericórdia e restauração.

Este é o ponto: as dificuldades e lutas por que passamos são formas de Deus nos chamar a atenção para coisas que, em tempos de bonança, nunca daríamos atenção!

Ao contrário do que a psicologia ensina hoje, um pai não disciplinar um filho quando este faz uma maldade é justamente o contrário de um pai amoroso.

"Filho, preste atenção quando o SENHOR Deus o castiga e não se desanime quando ele o repreende.
Porque o SENHOR corrige quem ele ama, assim como um pai corrige o filho a quem ele quer bem.
Feliz é a pessoa que acha a sabedoria e que consegue compreender as coisas,
pois isso é melhor do que a prata e tem mais valor do que o ouro." (Provérbios 3:11-13)

Enfim, Deus não dá ponto sem nó! Entretanto, nós temos que aprender a lição, nos arrependermos dos pecados, pedirmos perdão a todos a quem machucamos e perdoar a todos que nos feriram.

A boa notícia é que a alegria que segue à restauração divina é sem conta maior do que qualquer alegria secular que poderíamos ter. Repare no texto anterior onde Deus promete que as pessoas darão gritos de alegria e cantarão louvores!

Com isso concluímos que os sofrimentos nesta Terra podem ser causados por nossos erros, mas são principalmente instrumentos de Deus para chamar a nossa atenção e nos levar a Ele. Melhor ser disciplinado vivo do que julgado culpado quando não há mais chance!

27 de dezembro de 2010

Justiça Própria (Parte 1)

Há algum tempo ouvi uma frase interessante: "Nós não entendemos a graça salvadora de Deus até que percebemos como nós precisamos dela."

Paradoxalmente, quanto mais nossa sociedade torna-se corrompida e a criminalidade aumenta, mais somos ensinados de que estamos evoluindo para uma sociedade melhor e que somos bons por natureza. Somos doutrinados a pensar de forma relativista, sem padrões morais externos e absolutos, onde cada um decide o que é certo e o que é errado. Assim não somos obrigados a prestar contas a ninguém, somos deuses, criando cada um a sua própria realidade.

Porém, não é necessário ser um gênio para perceber que, apesar das diferenças culturais, existe sim algo que rege universalmente a humanidade. Sem aprofundar mais no assunto, todos concordam que matar é um crime. Roubar e mentir, ainda que alguns se justifiquem, são universalmente punidos em todos os lugares.

Além da consciência que nos acusa quando fazemos algo errado, temos a lei civil. Quantas vezes quebramos a lei, mesmo sem saber? Impossível contar. Entretanto, a própria lei dos homens diz que não podemos nos defender dizendo que não conhecemos ela. É obrigação de todo cidadão conhecer a lei.

Bem, o mesmo acontece com a lei de Deus. Ninguém tem a desculpa de dizer que não a conhece. Podemos até dizer que não a entendemos, não temos certeza sobre algumas coisas, mas qual é realmente o esforço que fazemos?

Muitas vezes dizemos que somos pessoas boas, pelo menos nas intenções, mas na verdade fazemos isso segundo nossos padrões, sem reflexão.
Sinceramente, pergunte a si mesmo: porque você acha que Deus julgaria você em comparação com pessoas piores?

Mas eu preciso informar: Deus julga as pessoas conforme os padrões Dele.

Basicamente, você teria que se comparar a Jesus em cada atitude de sua vida, afinal ele foi o único quem cumpriu todas as exigências de Deus para uma vida correta.

Mas apenas como exemplo, vamos baixar um pouco o nível. Suponha que Deus exigisse apenas que você guardasse alguns mandamentos.
  • Você nunca matou ninguém, afinal, não é? Mas Jesus disse que quando ficamos com muita raiva de alguém, já matamos a pessoa no coração.
  • Jesus também disse que quando olhamos alguém que não é nosso esposo/esposa com intenção maliciosa, já somos adúlteros.
  • Quem nunca pegou algo que não lhe pertence, por menor que seja? Quando você era criança, nunca pegou nada sem permissão, sabendo que era errado?
  • Quem nunca mentiu, ainda que por "necessidade", ou fofocou sobre alguém sem ter sido realmente testemunha ocular?
  • E quanto a usar o nome de Deus em vão, incluindo alguns palavrões?
"Porque é do coração que vêm os maus pensamentos, os crimes de morte, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, as mentiras e as calúnias."
(Mateus 15:19)

Bem, baseado nesse pequeno padrão ridiculamente simples, responda a si mesmo: se Deus julgasse você hoje, qual sentença você merece? Culpado ou inocente?

Há algum tempo, um casal jogou sua filha pela janela de um apartamento, matando-a. A população queria linchá-los. A justiça tinha que ser feita.
Agora, o que você acharia se o juiz tivesse dito aos criminosos: "eu acho que vocês não são tão maus como outros que eu já vi... podem ir embora"?

Então pense: se você acha que pecou pouco e que Deus daria um jeitinho de esquecer o que você fez, você está pensando que ele é um juiz injusto!

Muitas vezes fazemos o mal de forma involuntária, mas considere quantas vezes você o fez de forma voluntária e consciente! Em algum momento, talvez de raiva, você desejou e fez o que sabia ser errado?

Vamos ainda supor algumas estatísticas. Se uma pessoa comum pecasse, digamos, apenas cinco vezes por dia, contando uma mentirinha, não perdoando alguém que errou contra ela, ficando com raiva ou amargura de um amigo/parente/cônjuge, omitindo algum fato, olhando com luxúria para outra pessoa, cobiçando bens alheios, xingando alguém, ou seja, coisas do dia-a-dia.
Após um ano, os "pecadinhos" somariam a 1825. Como uma expectativa de vida de 70 anos, uma pessoa assim pecaria 127750 na vida.

Mesmo que praticando boas ações conseguíssemos de alguma forma compensar isso, será que praticamos o suficiente para alcançar algo perto desse número? Como podemos nos sentir justificados quando damos um prato de comida para uma pessoa carente no natal e trabalhamos ambiciosamente para nossos interesses egoístas o ano todo?

Assim fica mais claro quando lemos na Bíblia que às vezes os pecados se "acumulam até o céu"!

Por fim, vamos supor ainda que Deus existe e que Ele decide o que fazer com uma pessoa que venha a morrer, definindo segundo seu próprio critério se ela vai para o céu ou para o inferno.
A Bíblia diz que cada um deve julgar a si mesmo e que, se a consciência nos acusa, Deus é maior que a consciência!
Então olhe para si mesmo, avalie-se! O que você merece?

Se respondeu o inferno, talvez esteja se perguntado se um Deus que dizem ser AMOR mas que é JUSTO daria alguma chance para alguém tão pecador assim. Talvez já tenha a resposta, só pode não ter percebido antes...

"Jesus ouviu a pergunta e disse aos mestres da Lei: — Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons." (Marcos 2:17)